quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Coca-cola e jazz



Hoje é quarta-feira, 17h08, janeiro de 2015; eu tô aqui em casa, ouvindo jazz clássico (segundo a programação da tv à cabo) e tomando coca-cola, depois de uma conversa de horas com um amigo. O fio da meada era a nossa loucura, ele me contando dos tempos que ele participava de um grupo famoso de teatro que atuou nos anos 70 no Brasil e na Europa. Eu respondia falando sobre esse sentimento que tenho de inadequação ao mundo, mas ele teimava em interromper falando da quantidade de gatos (felinos, ok?) que moram atualmente no nosso condomínio – esse merece um capítulo à parte! Os gatos me lembraram da época de criança, quando tínhamos em casa uma gata, uma cachorra, duas tartarugas, peixes e um papagaio (presentes dos meus pais). E foi daí que me lembrei daquelas histórias da infância... um giro rápido pela adolescência e então...começamos a falar dos pavões que estão comendo todas as nossas flores (no condomínio em que moramos ficam alguns pavões soltos; é que o dono daqui os cria assim: livres em nossos jardins! E nós, moradores, “colaboramos” na criação deles fornecendo involuntariamente a alimentação das formosas aves. Eles comem nossas plantas, adoram pimenteira e manjericão, flores e rosas...).
Em seguida, um momento de melancolia: ele lembra da sua esposa, com quem viveu por 35 anos, ele é viúvo; eu penso na minha mãe. 
Mas aí, ele me conta uma história engraçadíssima dos seus tempos de palco, rimos muito. E é assim que, concluo, no meio da minha loucura, contaminada por um momento de lucidez, que somos mesmo um ponto de lápis feito em uma folha branca, perdido no universo. É desse tamanho mesmo! Um ponto em uma folha branca visto (ops, visto?) de uma altura inimaginável, ou seja, um nada! Rimos de novo! 
Lá vem a síndica do condomínio. Preguiça. O papo fica chato, então voltei pra casa. Agora tá tocando Julie London na rádio 225 da TV.
Penso nessa ideia de escrever. Eu sempre gostei de guardar as histórias na cachola, para depois compartilhar com os amigos. Dia desses, caminhando na praia com uma amiga, eu comecei a falar sobre a minha nada feliz convivência com os caninos. Ela ria sem parar. Embora eu achasse muito louco ela achar graça da minha desgraça, ela pedia que eu contasse mais e mais. No final da caminhada ela disse em tom sério comigo: “não é justo que só eu saiba sobre isso, você tem que escrever sobre todas essas histórias”. Depois, uma sonora gargalhada. 
Eu, sinceramente, não sei se são histórias exatamente engraçadas, mas são estranhas. É isso: tudo é muito louco e estranho.
Começo hoje a escrever sobre essas histórias e estórias. O que é verdade, o que é mentira? É personagem ou uma pessoa real? Aconteceu de verdade? Pois bem, nada à declarar, muchachos!


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